A organização foi fundada por coincidência: Napoleão III, numa tentativa de agradar à classe operária francesa, permitiu que 200 representantes eleitos por ela fossem a Londres participar da Grande exposição de 1861. Esses trabalhadores travaram contato então com sindicalistas ingleses que vieram recepcioná-los. No ano seguinte houve um novo encontro, desta vez para manifestar apoio à causa da independência da Polônia. Mas desta vez, o convite aos trabalhadores franceses mencionava as dificuldades pelas quais os sindicalistas ingleses passavam: a cada tentativa de greve, os patrões ameaçavam importar mão-de-obra. Isto não seria possível se os trabalhadores dos diversos países coordenassem seus movimentos sindicais. Os sindicalistas franceses responderam rapidamente, e o encontro contou também com representantes da Alemanha, Itália e Suíça. Nascia assim a Associação Internacional dos Trabalhadores.
Originalmente, a organização continha, sindicalistas ingleses, republicanos italianos e marxistas alemães. Algum tempo depois, disputas entre Marx e Mikhail Bakunin, o anarquista mais proeminente na Internacional, além de Elisée Reclus e muitos outros, levou a uma divisão entre marxistas (que pregavam uma fase de transição, o chamado socialismo, para se chegar ao objetivo da AIT) e anarquistas (que exigiam uma mudança drástica do sistema econômico vigente direto para o anarquismo), com os países latinos se alinhando aos anarquistas e os países anglo-germânicos se alinhando a Marx
A Associação Internacional desviou os trabalhadores dos partidos burgueses e deu-lhes consciência de classe, programa próprio, ação social própria; e discutiu todas as questões sociais e elaborou todo o socialismo moderno, que alguns escritores pretenderam ter saído de suas cabeças; fez tremer os potentados, despertou ardentes esperanças nos oprimidos, inspirou sacrifícios e heroísmos.
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